segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Baci di Dama de café e chocolate


Ontem foi dia de eleições. Para mim, votar implica sempre uma viagem até Santarém. Enquanto não mudar a minha morada fiscal definitivamente para Lisboa, tenho sempre uma desculpa para visitar a cidade que, ainda que não me tenha visto nascer, me viu crescer desde tenra idade.

E por falar em crescer, ontem foi também o dia em que fui visitar uma pessoa que cuidou de mim desde muito pequenina e que esteve comigo praticamente até vir para a faculdade, em Lisboa: a minha ama Maria. Já não a via há imenso tempo, talvez há um ano. Ainda que a doença a tenha atacado, está com óptimo aspecto, bastante faladora e conversadora. Gostei muito de estar com ela e espero que este momento se repita muitas vezes nos próximos tempos.

E se ia visitá-la, que melhor coisa poderia haver do que levar-lhe um docinho? Umas bolachinhas, talvez. Pensei nisto durante algum tempo. Queria algo tradicional e com sabores simples. Foi então que me lembrei de uns bolinhos que trouxe de Turim, Itália, em Dezembro passado, os chamados Baci di Dama ou Beijinhos de Dama. Eram óptimos e nunca tinha experimentado fazer. Quando lá estive visitei uma pequena loja de doces e chocolates italianos e trouxe vários sabores para oferecer como souvenir, em vez das lembranças típicas de viagens. Uns eram de chocolate, outros de laranja e chocolate, outros de nutella. Infelizmente não tive oportunidade de provar nenhum destes, já que, pelos relatos, desapareceram num instante em casa da minha irmã, irmão e mãe. Não cheguei a tempo!

Cá em casa existiu em tempos um pacote de Baci di Dama de café e chocolate, da mesma loja de doces. Oh deuses de todos os panteões! E que fantásticos que eram! Arrependi-me de não ter trazido mais.

Como não voltarei a Turim em breve, decidi tentar reproduzi-los. Procurei uma receita para me servir de guia, mas não encontrei nenhuma destes Beijinhos tradicionais italianos com sabor a café. Pensei: "não pode ser assim tão difícil!". E não é! Mas a primeira fornada não correu muito bem. Em vez de bolinhos saíram bolachas de amêndoa e café. Eram boas, não me interpretem mal. No entanto, eu queria mesmo era os bolos! Mais farinha, mais leite, mais café...algumas fornadas de teste e...tcharam! Finalmente saíram os Baci di Dama! A seguir foi só derreter o chocolate e fazer pequenas sanduíches para formar os Beijinhos.

Esta receita é, sem dúvida, para coffee lovers, por isso sintam-se à vontade para diminuir a quantidade de café adicionado. Esta é, também, a forma tradicional de fazer estes bolinhos, incluindo amêndoa na sua concepção. Esta pode ser substituída pela mesma quantidade de avelãs ou até de farinha, ainda que a textura e o sabor se alterem ligeiramente.

O provador disse que os meus estavam melhores que os de Turim. Vou acreditar que sim! Espero que a Maria tenha gostado.


Ingredientes
  • 1/2 chávena de chá de açúcar
  • 3/3 chávenas de manteiga sem sal
  • 1/2 chávena de amêndoas moídas ou farinha de amêndoa (30 g)
  • 2 chávenas de farinha
  • 3 e 1/2 colheres de sopa de café solúvel
  • 3 e 1/2 colheres de sopa de leite
  • 50 g de chocolate (usei uma mistura de chocolate preto e chocolate de leite)
  • Açúcar em pó (opcional)

Preparação

Na batedeira, bater o açúcar e a manteiga até ficarem cremosos.

Com a batedeira em velocidade baixa, juntar aos poucos a amêndoa e a farinha.

Diluir 1 e 1/2 colher de sopa de café solúvel no leite. Adicionar à mistura anterior. 

Juntar, também o restante café não diluído até formar uma massa homogénea.

Fazer bolinhas de massa, medidas com uma colher de chá de forma a ficarem mais ou menos do mesmo tamanho. Colocar num tabuleiro de ir ao forno untado ou forrado com papel vegetal, deixando um pequeno intervalo entre as bolinhas.

Levar ao forno pré-aquecido a 170º C por 8 a 10 minutos.

Retirar o tabuleiro do forno e deixar assentar por uns minutos. Colocar os bolinhos numa rede e deixar arrefecer completamente.

Derreter o chocolate no microondas por 2 minutos na potência máxima. Rechear os bolinhos e fazer sanduíches, formando os Baci di Dama. Polvilhar com açúcar em pó.




sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Um adeus


Hoje não publico uma receita, deixo antes uma honesta homenagem a uma pessoa que me ajudou a ultrapassar um momento complicado da minha vida e que, infelizmente, partiu ontem à noite.

Em 2008, como muitos outros universitários, decidi fazer Erasmus, passando um semestre numa universidade estrangeira. Coloquei como minha primeira opção a Université Sorbonne 1, em Paris, e foi para lá que acabei por ir. O meu francês era (e é) péssimo, muito básico, e essa foi uma das razões para escolher França como meu destino, pois queria muito desenvolver as minhas capacidades linguísticas. Ao contrário do que seria de esperar, a experiência não foi tão boa quanto estava à espera e acabei por voltar para Portugal mais cedo do que era suposto, em parte por culpa minha, em parte por razões administrativas da minha própria faculdade e da universidade francesa.

Foi um tempo difícil. Na universidade não havia qualquer abertura para auxiliar alunos externos, em termos de alojamento por exemplo, ou apoios de qualquer ordem. Pelo que fiquei sem lugar onde ficar numa cidade desconhecida e num país estrangeiro, sem qualquer assistência. Foi o Manel, primo da minha mãe, que vivia em Paris há muitos anos, que acabou por me dar a mão. Vendo que ninguém alugava quartos ou casas a cidadãos estrangeiros, ou que os locais disponíveis não tinham condições mínimas, o Manel saiu do seu estúdio na zona de Drancy e deixou-o para mim, indo viver temporariamente num anexo que existia em casa do seu chefe. Salvou-me! Não se importou em ir morar bem mais longe de Paris, onde trabalhava, numa casa que não era a sua, num local desconhecido.

Durante os escassos meses que estive em Paris foi um verdadeiro paizinho. Ligava várias vezes durante a semana e se houvesse algum problema, aparecia com o sorriso na cara. Via-se que ficava verdadeiramente preocupado e gostava genuinamente de ajudar. Nunca cobrou um tostão por ter ficado na sua casa. Nunca pediu nada em troca. Só deu.

Foi um momento complicado, que se tornava diferente quando o Manel aparecia todos os domingos para almoçar. Era o seu único dia de folga e não havia um domingo em que não viesse fazer uma visita. O ritual era quase sempre o mesmo: uma ida ao fantástico marché (como ele próprio dizia) de Drancy, pela manhã. Era um mercado enorme com todo o tipo de frutos, legumes, carnes, peixes, mariscos, como nunca tinha visto! O Manel tinha um prazer especial em ir ao mercado comigo e dizer: «Nunca provaste isto? Vamos levar para o almoço!». Fosse o que fosse, custasse o que custasse. Ele agarrava e trazia. Com ele provei bife de cavalo, ostras com limão, camarões de várias espécies, peito de pato...iguarias que nunca experimentaria caso ele não tivesse puxado por mim. Depois vinham os petiscos portugueses que comprava numa banca de imigrantes: azeitonas, broa de milho, pão, tremoços. Íamos à loja de vinhos, a caminho de casa, e trazíamos um vinho tinto que ele próprio escolhia. Chegávamos a casa cheios de sacos e estava na hora de cozinhar naquele fogão minúsculo de apenas dois bicos eléctricos.

Chegámos a ir a um restaurante árabe comer um fantástico couscous acompanhado com uma espetadas de borrego e legumes assados, que era de comer e chorar por mais, regado por um fantástico vinho tinto argelino. Nunca comi nada igual! Ria-me sempre que ele contava a história de quando foi a um restaurante fino e lhe serviram um bife mínimo no centro do prato com duas ou três batatas, ao que ele perguntou ao empregado «Acha que isto é comida para um homem que trabalha?», e lhe trouxeram «comida a sério!».

A seguir ao almoço era hora de ir passear. Tinha uma carrinha enorme branca que conduzia com grande desenvoltura pelas ruas de Paris. Ainda hoje cito as suas duas mais famosas frases no que se refere à condução: «Eu estaciono de ouvido. Quando bater sei que está bom!» e «Eu cá sou como os pombos. Não preciso de GPS!». Ao domingo estava tudo fechado em Paris. Só havia o Leroy Merlin. Bora! Vamos ver material de construção e ferramentas. Não tinha mal! Com ele tudo era divertido. Na verdade, era uma das pessoas mais extrovertidas e alegres que alguma vez conheci. Era sempre a alma da festa e ninguém conseguia resistir ao seu humor, às vezes ligeiramente brejeiro. Isso é que lhe dava graça!

 Nunca tinha pensado muito nisto, mas o Manel marcou uma parte importante das minhas experiências e os meus conhecimentos culinários. Nunca mais voltei a provar nenhum dos pratos que me apresentou, desde que voltei de Paris. E, se não fosse ele, nunca os teria experimentado. Se nunca te disse Manel, obrigada também por isto! Onde quer que estejas quero que saibas que estou muito agradecida por tudo o que fizeste por mim e que serás sempre lembrado como parte boa de Paris.

Até sempre!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Cupcakes de baunilha com cobertura de ganache de chocolate - Cupcakes decorados com porquinhos


Tenho andado a evitar fazer tantos doces e por isso demorei tanto para colocar uma nova receita. Publicar implica treino, melhoramentos, alterações, repetições até chegar à perfeição desejada. O que leva, portanto, a muitas provas, muito açúcar, muitas gordurinhas para os provadores. E cá em casa somos só dois! Será que alguém se oferece para ser provador oficial?

Na verdade, temos andado a dar vazão às caixas de chocolates que nos foram oferecendo no Natal, pelo que fazer mais doces implicava o aumento de um furo no cinto. Temos de abrandar um bocadinho esta loucura de açúcar! Como acho que em vossas casas o panorama deve ser bastante semelhante, de certeza que compreendem a situação. No fim-de-semana fiz uma espécie de pães de leite, mas acho que ainda não saíram bem o suficiente para publicar aqui no blog. Vou ter de a melhorar um bocadinho, talvez fazê-la mais umas vezes.

O Natal já passou há quase um mês mas, por incrível que pareça, no meu grupo de amigos apenas ontem foi o dia de trocar as prendas do amigo secreto. Durante a época de Natal estávamos demasiado ocupados com conferências, artigos, teses, trabalhos, jantares, almoços, festas, por isso deixámos para mais tarde...bem mais tarde. No dia 6 de Janeiro, Dia de Reis, trocámos os papelinhos com os nossos nomes, e cada um ficou responsável por oferecer uma prenda até 5 euros ao seu amigo secreto.

Calhou-me em sorte o meu amigo André Leitão e soube logo o que lhe ia oferecer, já que ele tem muito orgulho no seu apelido! Uns cupcakes decorados com porquinhos em pasta de açúcar. Por sorte tinha em casa pasta de açúcar rosa bebé, preta e branca (que sobrou do bolo da Leonor), pelo que não tive de ir de propósito à loja de produtos de pastelaria.

Procurei tutoriais de como conceber focinhos de porcos em cupcakes e bolos, vi diversas fotografias na internet, mas acabei por não seguir nenhum deles. Foi tudo feito por tentativa e erro. A minha única dificuldade foi mesmo descobrir uma forma fácil de fazer as orelhas, para o resto basta ter uns cortadores de biscoitos e uns estecas e já está! Podem seguir o meu método através das fotografias e vão perceber como estes porquinhos são simples e rápidos de fazer.

Quanto à receita, queria sabores pouco rebuscados, que toda a gente gostasse. Bem sei que o meu amigo André é um bom garfo e, em geral, gosta de tudo. Mas sabia que a receita daria para vários cupcakes pelo que poderia distribuir os restantes pelo grupo. Assim, decidi fazer uns cupcakes de baunilha com cobertura de chocolate.

Havia uma receita que queria experimentar há muito, publicada no meu blog preferido de doces, o Sallys baking addiction, de cupcakes amarelos e creme de manteiga de chocolate de leite. A forma como a Sally os descrevia, como sendo macios e húmidos, com um sabor forte a baunilha, juntamente com a fotografias fantásticas que ela consegue sempre captar, pareceram-me perfeitos. E não é que são mesmo! A Sally nunca desilude.

Fiz, no entanto, uma alteração de fundo, deixando de fora o creme de manteiga e substituindo-o por um ganache de chocolate preto. Pareceu-me que iria ficar muito enjoativo. Os bolos já são muito doces para levarem ainda chocolate de leite por cima. Não sei. Achei demasiado açúcar. Para além disso, ainda que nos E.U.A. a utilização de creme de manteiga esteja muito generalizado e praticamente todos gostem desta cobertura, acho que em Portugal isso ainda não acontece. Nem toda a gente é fã deste creme, por ser muito doce e gorduroso. Decidi jogar pelo seguro e optar pelo ganache de chocolate de preto, que é fantástico e super fácil de fazer! Usei-o, também, para rechear e cobrir o bolo de cenoura no aniversário da minha sobrinha. É, portanto, bastante versátil.

Ao contrário do que estava à espera não conseguir decorar os cupcakes com o saco de pasteleiro. Acho que não deixei o ganache chegar à temperatura ambiente e, por isso, estava demasiado rijo para fazer os belos swirls que se fazem com o saco. Na verdade, já era tardíssimo! Como os fiz durante a semana, depois de um dia inteiro de trabalho, só terminei os cupcakes por volta da uma da manhã. Como já não tinha tempo, decorei-os com espátula e uns sprinkles. Acho que ficaram giros na mesma.

Toda a gente adorou estes bolinhos e são óptimos, também, sem a cobertura. Dão algum trabalho mas valem a pena! Acreditem, eu também prefiro receitas em que não tenha de bater as claras em castelo. Mesmo! Vá lá...é só uma vez.


Para os cupcakes
  • 2 ovos grandes
  • 2 e 1/4 chávenas de farinha
  • 2 e 1/2 colheres de chá de fermento
  • 1/2 colher de chá de sal
  • 3/4 chávena de manteiga sem sal (à temperatura ambiente)
  • 1 e 3/4 de açúcar 
  • 2 colheres de chá de baunilha
  • 1 chávena de leite (à temperatura ambiente)

Preparação

Separar as gemas das claras. Bater as claras em castelo firme.

Num recipiente médio, juntar a farinha, o fermento e o sal. Reservar.

Na batedeira, bater a manteiga até formar um creme (cerca de um minuto). Adicionar o açúcar e bater durante 3 ou 4 minutos. Deve transformar-se numa mistura homogénea e cremosa. Juntar as gemas de ovo e a baunilha e continuar a bater.

Com a batedeira em velocidade mínima, adicionar a farinha e o leite de forma alternada e aos poucos. Deve bater-se apenas o necessário para misturar os ingredientes. Bater muito tempo e demasiado depressa pode fazer com que os bolinhos fiquem duros.

Envolver gentilmente as claras em castelo ao preparado anterior.

Deitar a massa num tabuleiro de cupcakes forrado com formas de papel. Encher apenas até 3/4 da capacidade da forma, pois os bolos crescem bastante.

Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC por 20 minutos, ou até o palito sair limpo.

Deixar descansar por cinco minutos na forma. Desenformar e deixar arrefecer completamente antes de cobrir com o ganache.



Para o ganache de chocolate preto
  • 200 g de chocolate culinário (1 tablete)
  • 200 ml de natas para bater (1 pacote)

Preparação

Partir o chocolate aos bocadinhos e colocar num recipiente médio.

Colocar as natas numa panela pequena e levar ao lume brando até ferver.

Deitar as natas sobre o chocolate e deixar descansar por 3 minutos.

Mexer até formar uma mistura homogénea.

Levar ao frigorífico até estar firme.

Antes de usar, bater com a batedeira para ficar cremoso.




Para os porquinhos

  • Pasta de açúcar rosa bebé
  • Pasta de açúcar pérola ou branca
  • Pasta de açúcar preta
  • Esteca de cake design de ponta esférica ou boleadora
  • Esteca de cake design de ponta em forma de telha
  • 1 cortador redondo médio
  • 1 cortador redondo pequeno 
  • 2 cortadores redondos muito pequenos ou bicos de saco de pasteleiro redondos*
  • 1 cortador pequeno quadrangular
  • Cola alimentar ou geleia






Esticar com o rolo a pasta de açúcar rosa bebé e, com o cortador médio, cortar um círculo. Este formará a cara do porquinho.








Com o cortador pequeno (utilizar um cortador permitirá uma uniformização do tamanho do nariz dos vários porquinhos), cortar um círculo e formar uma bola. Ir achatando com os dedos até formar o nariz. Colar o nariz na cara do porquinho. Com uma esteca de ponta esférica, fazer as narinas. 

















Cortar um rectângulo de pasta rosa bebé. Com uma faca afiada, cortar o rectângulo ao meio, fazendo dois triângulos iguais. Colar na cara do porquinho, revirando as pontas superiores dos triângulos para o interior, na direcção do nariz.























Com uma esteca com ponta em forma de telha, fazer a boca e, com um bocadinho de pasta rosa bebé, formar uma bolinha, achatar com os dedos, de maneira a conceber a língua.  










Esticar a pasta pérola ou branca. Cortar dois círculos com o cortador muito pequeno*. Colar sobre o nariz, formando os olhos.

Esticar a pasta preta. Cortar dois círculos mais pequenos* do que os feitos anteriormente de cor branca. Colar sobre os círculos brancos, formando a menina do olho. 



*Caso não tenha cortadores redondos muito pequenos, pode usar as duas extremidades de um bico de saco de pasteleiro (ou dois bicos diferentes) para cortar os círculos. Pode ainda utilizar outros materiais que tenha em casa de formato redondo, como palhinhas, descaroçadores de maçãs, entre outros. Em alternativa pode fazer uns óculos com um cortador próprio em pasta de açúcar preta.


domingo, 3 de janeiro de 2016

Bolo da Leonor - Bolo de cenoura e bolo de noz fingido



Ontem foi aniversário da minha linda sobrinha Leonor. Houve uma festinha de cerca de 40 pessoas em que fiquei responsável pela concepção do bolo de aniversário.

Foi a minha primeira encomenda pelo que estive nervosa toda a semana! Tinha de decidir os sabores dos bolos, as receitas, os recheios, a decoração, as cores, comprar os ingredientes, comprar os materiais para a decoração...

Como não tinha uma receita de bolo que tivesse a certeza que iria aguentar o peso da pasta de açúcar, recorri às especialistas e retirei duas receitas publicadas no fórum da loja Isto Faz-se. Durante a semana testei duas receitas que, felizmente, correram muito bem e acabaram por ser os bolos utilizados no doce final.

Tinha pensado em fazer um bolo com dois andares, com dois sabores diferentes. Primeiro experimentei um bolo de cenoura com recheio de doce de leite. O bolo é muito bom e super fácil de fazer. No entanto, achei que o doce de leite não ligava bem com a cenoura e que tornava o bolo enjoativo. Assim, joguei pelo seguro e recheei este bolo de cenoura com uma ganache de chocolate preto, sem adicionar qualquer açúcar.

O segundo bolo, o maior, tem um nome que pode parecer um pouco estranho, mas, acreditem, é fantástico! Vale mesmo a pena experimentar. É o chamado bolo de noz fingido: sabe a noz mas não leva nozes. É óptimo! Toda a gente gostou do bolo de cenoura, mas o bolo de noz fingido foi, sem dúvida, a estrela. Ninguém queria acreditar no ingrediente secreto do bolo: pão ralado. Este é um bolo não muito doce e muito versátil. Praticamente todos os recheio e coberturas resultam. Mais uma vez, para ter a certeza que todos os convidados gostavam, optei por um recheio seguro e simples: creme de pasteleiro.

O tema da decoração já estava escolhido previamente: um bolo alusivo à Minnie. A Leonor adora a Minnie e gosta muito de lacinhos (tal como eu). Decidimos fazer tudo em em rosa e branco, a Minnie bebé, em vez do vermelho e branco da Minnie adulta. Como o bolo era para uma bebé de 2 aninhos, decidi decorar o bolo com um rosa muito claro e com pormenores pequenos e doces: bolinhas, lacinhos e silhuetas da Minnie eram os elementos principais. Ficou uma decoração simples mas bonitinha. Vejam as fotografias e digam o que acham!

Aqui ficam as receitas.


Bolo de cenoura

Ingredientes

  • 2 chávenas de farinha
  • 1 colher de sopa de fermento
  • 4 ovos
  • 2 chávenas de açúcar
  • 2 cenouras
  • 1 chávena de óleo

Preparação

Peneirar a farinha e o fermento para um recipiente.

No liquidificador ou no processador, bater os ovos, o açúcar, as cenouras e o óleo até formar uma massa homogénea.

Juntar esta massa à farinha e bater com um batedor de varas até estar bem envolvido.

Levar ao forma pré-aquecido a 180º C por 50 minutos.

Receita adaptada de Marta Rodrigues (Fórum Isto Faz-se).

Ganache de chocolate

Ingredientes
  • 200 ml de natas (1 pacote)
  • 200 g de chocolate culinário (1 tablete)

Preparação

Levar as natas ao lume até ferver.

Partir o chocolate em pedaços pequenos e colocar num recipiente. Deitar as natas sobre o chocolate e mexer até o chocolate derreter completamente.

Deixar arrefecer e levar a ganache ao frigorífico até estar rijo.

Antes de usar, bater com a batedeira para ficar cremoso. Pode ser usado para recheio de bolos e para cobertura de cupcakes.

Receita adaptada de Ana Sousa e Silva (Fórum Isto Faz-se)


Bolo de noz fingido

Ingredientes
  • 6 ovos
  • 2 e 1/5 chávenas de açúcar
  • 1 chávena de pão ralado
  • 1 chávena de leite
  • 1 chávena de óleo
  • 2 chávenas de farinha
  • 1 colher de chá de fermento
  • 1 colher de chá de canela

Preparação

Bater muito bem as gemas com o açúcar.

Continuando a bater, juntar o pão ralado, o leite, o óleo, a farinha, o fermento e a canela até formar uma massa homogénea.

Bater as claras em castelo e juntar gentilmente ao preparado anterior.

Levar ao forno pré-aquecido a 180º C durante 50 minutos (é possível que demore mais tempo a cozer).

P.S.: Esta receita rende um bolo muito grande, pelo que pode ser facilmente ser reduzida a metade para um bolo de tamanho médio.

P.S. 2: Depois do bolo estar frio pincelei-o levemente com uma calda de açúcar, também fria. Esta foi feita com uma chávena de água e meia chávena de açúcar. Foram ao lume e foram fervidos durante um ou dois minutos.

Receita de Isis (Fórum Isto Faz-se)

Creme de pasteleiro

Ingredientes
  • 1 ovo inteiro
  • 2 gemas
  • 250 ml de leite
  • 40 g de farinha
  • 80 g de açúcar
  • Baunilha (opcional)

Preparação

Ferver 200 ml de leite.

Bater com uma vara de arames o ovo, as gemas, a farinha, o açúcar, a baunilha com os 50 ml de leite restantes até formar uma mistura homogénea. 

Enquanto o leite ainda ferve, com o lume baixo, juntar a este o preparado anterior, mexendo sempre até o creme ter a consistência desejada. O creme engrossa muito rapidamente.

Utilizar depois de frio. Caso deseje guardá-lo no frigorífico, tapar o creme com película aderente colada mesmo à superfície do creme de forma a não criar uma película.


Receita adaptada de Petit Chef.





As nossas prendas de natal - bolachas salgadas e bolachas de manteiga



Este ano o meu namorado decidiu oferecer a alguns membros da sua família um cabaz com produtos alimentares. Sempre achei muita piada a estes embrulhinhos feitos com papel celofane e com algumas prendinhas lá dentro que se vê em tantas lojas na altura do Natal. Decidi contribuir com a minha mão-de-obra para estas prendinhas e acabei por oferecer também um cabaz.

Decidimos fazer dois tipos de cabazes: um doce, para as senhoras, e um salgado, para os senhores. Comprámos uns queijinhos e umas compotas (talvez para o ano as faça eu própria) e juntámos um saquinho de bolachas em cada presente.

Fiz três tipos de bolachas: umas bolachas salgadas, umas bolachas de manteiga e umas bolachas de gengibre. Estas últimas foram uma pequena batota, pois já tinha uma massa pronta que se vende no Ikea e que me haviam oferecido (obrigada mãe!). Todas elas foram feitas com cortadores de formato natalício (árvores de natal, anjinhos, sinos, botas, estrelas) e, as doces, foram decoradas com glacê real (250 g de açúcar em pó + 5 colheres de sopa de água) através de um saco de pasteleiro. Para primeira vez, não ficaram assim tão mal.

As receitas são muito simples e fazem-se rapidamente. Basta comprar os sacos para bolachas numa loja de produtos para bolos (comprei na Isto Faz-se), umas fitas coloridas, umas etiquetas (ambos da Tiger), papel celofane (comprei numa loja chinesa), e já está! Um presente que pode ser bastante personalizado!

Aqui ficam as receitas.


Bolachas salgadas

Ingredientes

  • 130 g de manteiga sem sal
  • 250 g de farinha
  • 2 gemas
  • 80 ml de água
  • Sal fino
  • Moinho de ervas secas à escolha

Preparação

Amassar a manteiga, a farinha, as gemas, o sal, as ervas e a água até formar uma massa homogénea e que não cole às mãos.

Numa bancada enfarinhada, deitar a massa e esticar com um rolo. Cortar as bolachas com cortadores de biscoitos.

Levar ao forno pré-aquecido a 250º C por 7 minutos. Salpicar com sal e ervas.




Bolachas de manteiga

Ingredientes

  • 130 g de manteiga sem sal
  • 130 g de açúcar
  • 330 g de farinha
  • 2 gemas 

Preparação

Bater bem o açúcar com a manteiga. Juntar as gemas e amassar. Adicionar a farinha e amassar novamente.

Numa bancada enfarinhada, colocar a bola de massa e esticar com um rolo. Cortar as bolachas com cortadores de biscoitos.

Levar ao forno pré-aquecido a 220º C por 10 minutos ou até estarem douradas.

Quando frias, estão prontas a ser decoradas com glacê real.

Receitas adaptadas de Sabor Intenso.